terça-feira, 14 de julho de 2009

Média de público dos estádios sedes da Copa do Mundo de 2014.

A FIFA divulgou as 12 cidades que irão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. Algumas delas têm bastante tradição no futebol, como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife.

Outras cidades possuem tradição mediana, como Natal e Brasília e existem as cidades que não possuem qualquer tradição futebolística, como Manaus e Cuiabá.

Penso que para uma cidade receber uma construção como um estádio de futebol, um dos requisitos básicos é que sejam realizados estudos de viabilidade técnico/financeira. Um desses estudos poderia dizer a capacidade ideal do estádio de cada cidade.

Não sei como foram definidas as capacidades de cada um dos estádios que irão abrigar os jogos da Copa do Mundo. Apesar do estudo de viabilidade ser complexo, podemos ter uma idéia rápida da capacidade que cada arena deve ter através da média de público que cada estádio tem recebido durante as competições nacionais de futebol.

Como curiosidade, de acordo com a Revista Placar, no Guia 2009 do Brasileirão, os 10 estádios mais usados no Brasil são os seguintes:

1º - Maracanã;
2º - Mineirão;
3º - Morumbi;
4º - Fonte Nova;
5º - Pacaembu;
6º - Couto Pereira;
7º - Beira Rio;
8º - Serra Dourada;
9º - Olímpico; e
10º - Arruda.

Desses 10 estádios, 5 serão utilizados durante a competição internacional.
Ainda de acordo com a mesma revista, a média de público dos últimos cinco campeonatos brasileiros foi a seguinte:

- 2004 – 8.805 torcedores;
- 2005 – 13.765 torcedores;
- 2006 – 12.401 torcedores;
- 2007 – 17.461 torcedores; e
- 2008 – 16.992 torcedores.

Apesar da média de público do campeonato nacional não ser alta, alguns clubes possuem boa média, ultrapassando os 20mil torcedores por jogo:

2005 – Corinthians – 27.319 torcedores / jogo;
2006 – Grêmio – 25.630 torcedores / jogo;
2007 – Flamengo – 39.221 torcedores / jogo;
2008 – Flamengo – 40.624 torcedores / jogo; e
2009 – Flamengo – 34.144 torcedores / jogo.

Para termos idéia da média de público que cada estádio sede da Copa de 2014 recebeu durante as competições nacionais, nos campeonatos brasileiros de 2006, 2007 e 2008, consultamos o site oficial da Confederação Brasileira de Futebol.

De acordo com as estatísticas do site, a colocação entre os 12 estádios é a seguinte:

1º - Fonte Nova / Barradão (2008) - Salvador – 27.092 torcedores;
2º - Maracanã – Rio de Janeiro - 23.185 torcedores;
3º - Morumbi – São Paulo – 22.205 torcedores;
4º - Mineirão – Belo Horizonte – 20.092 torcedores;
5º - Beira Rio – Porto Alegre – 19.686 torcedores;
6º - Arruda – Recife – 19.332 torcedores;
7º - Castelão – Fortaleza – 13.735 torcedores;
8º - Arena Baixada – Curitiba – 13.346 torcedores;
9º - Machadão - Natal – 8.473 torcedores;
10º - Vivaldão – Manaus – 4.155 torcedores;
11º- Verdão - Cuiabá – 1.979 torcedores; e
12º - Mané Garrincha – Brasília – 1.309 torcedores.

Como podemos notar, os três últimos estádios possuem média de público muito baixas.Acredito que durante os jogos da Copa do Mundo essa média seja alta, mas e depois? O que fazer com um estádio para 70 mil pessoas em Brasília se, após os jogos da Copa, a média irá voltar para pouco mais de mil torcedores por jogo?

Cuiabá quer construir um estádio para 48 mil pessoas, mas durante o ano recebe em média 1.979 torcedores. Já Manaus pretende reformar o Vivaldão para abrigar 45 mil pessoas. Durante os três últimos anos recebeu em média 4.155 pessoas.

Alguns outros estádios recebem um público médio relativamente baixo, como o Machadão, a Arena da Baixada e o Castelão. Entretanto, essas cidades possuem clubes de futebol tradicionais, o que facilita a ampliação dessa média com simples campanhas publicitárias, até porque a modernização dos estádios também irá contribuir com isso.

Os demais estádios recebem boa média de público e com boas gestões e modernas instalações esportivas, terão tudo para melhorar essa média.

Por isso não sou a favor da escolha dessas três últimas cidades em detrimento a outras que possuem muito maior tradição no futebol. A construção desses grandes estádios deveria ser feita pensando em sua utilização durante o ano todo e também pensando no desenvolvimento do produto “Campeonato Brasileiro”.

Um palco moderno e confortável atrai mais torcedores ao estádio, desde que os times possuam esses torcedores. Além disso, aumenta o interesse e o valor do espetáculo para as televisões no momento da compra dos direitos de transmissão, o que aumenta as cotas pagas a cada clube.

Dizer que esses estádios serão utilizados após os Jogos da Copa do Mundo para outras funções até seria admissível, caso esse não fosse seu único destino. Não faz sentido construir um estádio de futebol para depois ele virar um centro de convenções ou uma casa de shows, uma arena de eventos. Faz sentido sim, um estádio de futebol também abrigar espetáculos diversos, porém, priorizando os jogos de futebol.

Não é mais fácil e barato construir uma edificação destinada apenas a esses eventos diversos?
Gostaria de dizer que nada tenho contra as cidades de Brasília, Cuiabá e Manaus. Mas, por se tratar de um evento futebolístico, penso que outras cidades mais merecedoras poderiam ter sido escolhidas e com certeza esses estádios seriam muito mais utilizados.

sábado, 4 de julho de 2009

Série Copa do Mundo: MARACANÃ

Na série sobre os comentários dos estádios que irão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, chegou a vez do tradicional estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.

O estádio Mario Filho, ou Maracanã é o maior estádio brasileiro e durante muito tempo foi o maior estádio do mundo. Foi construído em 1950 para receber jogos da primeira e única Copa do Mundo realizada no Brasil até o momento. Infelizmente, foi o palco da final em que a seleção brasileira perdeu para a seleção uruguaia por 2 x 1, jogo esse que foi considerado uma das maiores zebras da história das copas do mundo.

Nesse jogo, o estádio recebeu um público de 199.854 torcedores. Recorde mundial.
Após a primeira grande reforma, ocorrida em 1999, sua capacidade foi reduzida para pouco mais de 103 mil pessoas. Foram instalados assentos sem encosto no anel superior. Isso fez com que o estádio deixasse de ser o maior do mundo, perdendo o posto para o Estádio Azteca, no México.
Atualmente, o maior estádio do mundo é o Estádio Rungrado May day, na Coréia do Norte, que pode receber até 150 mil pessoas e foi construído em 1989.

A segunda grande reforma foi realizada entre 2005 e 2006, período esse que o estádio ficou fechado. As obras foram necessárias visando a realização dos Jogos Pan-americanos de 2007.
Foi nessa reforma que o gramado foi rebaixado e as sociais foram prolongadas, acabando com a famosa geral. Dessa forma, a área nobre do estádio, próxima ao campo, foi tomada por cadeiras com encosto, tornando o local muito mais confortável. Também foram feitas novas rampas de acesso para as cadeiras e as arquibancadas e foram instalados novos placares eletrônicos coloridos e de LCD e ainda telões atrás de cada gol, abaixo da cobertura de concreto armado.
O acesso para o público ao interior do estádio dá-se por quatro entradas, duas para o setor das arquibancadas e duas para o das cadeiras inferiores.

Como pode-se notar, o estádio do Maracanã tem o formato elíptico, semelhante aos estádios do Mineirão e Castelão.
Atualmente possui uma cobertura de concreto armado que protege parte dos torcedores da intempéries. O campo de jogo é separado da torcida por um fosso, de 3 metros de profundidade.

Para a Copa de 2014, o Estado do Rio de Janeiro já planeja uma nova reforma no estádio. Um ponto de discussão e revolta é a proposta de demolir o Parque Aquático e o Estádio de Atletismo existentes no local para dar lugar a instalações destinadas ao torneio futebolístico.

Acho que a proposta de demolirem tais instalações nunca deveria ter sido feita. Não apenas porque o Parque Aquático e o Estádio de Atletismo são protegidos pela prefeitura (decreto municipal) mas também pela falta de consideração por essas instalações esportivas e, principalmente, com as pessoas que utilizam esses lugares.

O estádio Olimpico de Berlim não contava com uma área de 25 mil metros quadrados para instalações provisórias. Não dá para aceitar demolir algo existente a décadas para serem colocadas instalações provisórias em seu lugar. E depois? O que será feito com a área? O Parque Aquático e o Estádio de Atletismo serão construídos novamente? Com o dinheiro público? Acho que essa possibilidade nem poderia ter sido levantada.

O estádio do Maracanã é monumental. Não precisa de reformas gigantescas para sediar qualquer evento. O que precisa é organização. Assentos numerados e com encosto, modernos banheiros, modernas lanchonetes, acessos internos limpos, pessoas dentro do estádio auxiliando e educando os torcedores, etc.

Demolir algo protegido para colocar uma instalação provisória no lugar é realmente absurdo. Se realmente for uma exigência da FIFA, que se façam instalações provisórias no próprio estádio de atletismo e depois do evento que elas sejam retiradas, sem demolir o local.

Me parece que os responsáveis pelos projetos de alguns estádios brasileiros não estiveram na Copa do Mundo da Alemanha e não sabem o que é esse evento.

Nos estádios de Munique e Berlim as estações de metrô e trem não ficavam na porta do estádio, pelo contrário, era preciso uma boa caminhada até chegarmos ao local. As placas de informações eram poucas, tanto que foi necessário dar a volta em todo o estádio até chegar ao portão de entrada para nosso bilhete. O estádio de Berlim tinha sim uma área para as instalações provisórias, mas nunca com 25 mil metros quadrados.

Como diz o arquiteto Antonio Carlos Saraiva, responsável pelo primeiro projeto de reforma do estádio, "Não existe essa exigência no caderno de encargos da Fifa, e lemos tudinho, com a maior atenção. O que se diz é da necessidade de melhorar a evacuação do local, mas para isso há soluções".

O arquiteto Saraiva argumenta que tanto os espaços externos, quanto as salas e demais compartimentos das duas arenas poderiam ser ajustados às necessidades da Fifa, antes e durante o evento. "Por exemplo, as piscinas do Júlio Delamare, podem ser cobertas com pisos elevados industriais, que poderiam ser removidos ao final da Copa. Se a proposta parece razoável, por que não é aplicada?”.

A solução do arquiteto Saraiva é óbvia, simples e funcional.

O pior nisso tudo é que tanto o Parque Aquático (R$ 10 milhões) quanto o Estádio de Atletismo foram recentemente reformados. Gastou-se dinheiro público com duas construções que serão demolidas no ano de 2010? Ou o Estado do Rio de Janeiro está com muito dinheiro ou estão brincando com dinheiro público.

Em relação ao projeto de Reforma do Maracanã, gostei do que foi pensado para a reforma do estádio que irá receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. A estrutura e as características da arena foram mantidas. É um estádio que tem a arquitetura brasileira. Não vemos um local assim em nenhum lugar fora de nosso país. Quando for colocada a imagem aérea do Maracanã, todos saberão que ali aquele é um estádio brasileiro. Apenas não concordo com o que foi projetado para o entorno do local.

Mas um absurdo divulgado é que o Governo do Estado avalia em até R$1 bilhão os gastos com a reforma do Maracanã. R$ 1 bilhão para a reforma de um estádio que já foi reformado para receber a abertura dos jogos Panamericanos do Rio?

Algo está errado. Um estádio recentemente reformado não pode custar mais R$ 1 bilhão para ficar pronto.

Mas vamos comentar apenas sobre o projeto.

Acho que a nova cobertura foi muito bem projetada. Ficou muito elegante e não destrói as características originais da existente. Pelo que consigo ver na maquete eletrônica, as arquibancadas não foram modificadas. Concordo também com essa posição. Acho que o Maracanã é um ótimo local para se ver um jogo e já foi criado um ótimo setor quando foram colocadas cadeiras no lugar da geral, visando os jogos Panamericanos.

Apenas discordo das cores das cadeiras. É um detalhe pequeno, mas são nos detalhes que um estádio fica melhor do que outro. Poderia ser adotada apenas uma cor de cadeiras. A cor azul, escolhida para os assentos do anel inferior, poderia ser utilizada também para o anel superior. Ou, no máximo uma outra cor para o anel superior. Não é porque é no Brasil que as cores precisam ser verde, amarelo, azul e branco. Isso para mim é falta de criatividade.

Todas as cadeiras devem ter encosto, visando um conforto maior aos espectadores. Os placares eletrônicos são muito bonitos e característicos do local. Não precisa ser investido dinheiro nesse item.

Devem ser construídas lanchonetes em melhores condições, apesar de que, o que vi nos estádios alemães durante a Copa de 2006 fez com que eu ficasse mais tranqüilo quanto a esse item. Acho que precisa melhorar sim, mas não a ponto de serem construídas lanchonetes gigantescas. Talvez fosse interessante serem construídas praças de alimentação embaixo das arquibancadas. Isso não foi visto nos estádios alemães e é um item agradável, relativamente barato e que leva conforto aos torcedores.

Os sanitários precisam ser melhorados. Devem ser colocadas uma porta para a entrada e outra para saída dos torcedores, evitando aglomerações desnecessárias na porta dos sanitários.

Na maquete eletrônica consta o antigo fosso que, de acordo com a FIFA, não será permitido pois os torcedores precisam ter acesso ao campo de futebol em caso de existir algum problema nas arquibancadas, como incêndio ou tumulto generalizado. Talvez seja o caso de avançar um pouco mais as arquibancadas até esse limite, caso isso seja possível.

Penso que os acessos internos para os torcedores são bem largos e confortáveis. O acesso para as atuais cadeiras azuis lembra o acesso para as cadeiras inferiores do estádio de Munique. Não percebi qualquer problema grave de visibilidade nesse lugar. Quem chega apenas admira o campo de jogo, o comprimento das arquibancadas e sua beleza.

O acesso externo ao público é muito bom. Existem estações de trem e metrô próximas e passam várias linhas de ônibus. Com o aperfeiçoamento desses sistemas de transportes será mais fácil ainda deixar os carros em casa. Lógico que, nos finais dos jogos, esses sistemas estarão abarrotados de pessoas, como ocorria nos jogos da Copa da Alemanha. Talvez uma boa solução seja criar linhas de ônibus exclusivas para o torneio e aumentar o número de trens no metrô e de superfície.

Um ponto importante comentado é sobre o estacionamento de veículos. Pouco se fala é que uma grande parte do público que irá ver os jogos será formado por turistas estrangeiros e que esse tipo de turista normalmente não possui carro, utilizando apenas os sistemas públicos de transporte e/ou táxi. Levando-se em conta isso, nota-se que a área de estacionamento será muito menos necessária na Copa do Mundo do que em um jogo entre Flamengo x Fluminense, por exemplo.

Penso que o estádio do Maracanã é a arena mais bem preparada para receber a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Lógico que precisa de reformas, como todo grande estádio precisaria, ainda mais um estádio que irá receber a final da Copa.

Para a Copa do Mundo de 2014, o estádio Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, terá capacidade para receber 96mil pessoas sentadas confortavelmente. Será um grande e moderno estádio, que dará ainda mais orgulho aos torcedores brasileiros e irá mostrar, a quem não o conhece, o que é um estádio característico de nosso país.

Apenas não acredito que sejam necessários R$ 500 milhões ou até R$ 1 bilhão para dar condições de receber uma Copa do Mundo a um estádio que já é muito bom e que fará um grande sucesso durante o torneio.

Notas:

Característica das Arquibancadas: ótima
Cobertura: Existente – boa / Projeto – ótima
Distância do Campo de Jogo: boa
Entorno: ótimo
Assentos: bons
Estrutura Interna: boa
Gramado: bom
Cidade: boa
Tradição: excelente

Vista Interna: Projeto
Estádio do Maracanã
Projeto Maracanã 2014
Castro Mello Arquitetos
Projeto Entorno do Maracanã
Aqt Antonio Carlos Saraiva

terça-feira, 30 de junho de 2009

A Arquitetura característica dos Estádios Brasileiros.

É um tema bastante interessante. Para quem gosta de futebol e de arquitetura de estádios, é fácil através da transmissão de um jogo de futebol, identificar, mesmo sem ver os times, em qual estádio está sendo disputada uma partida.

Cada país possui estádios com características arquitetônicas semelhantes. A Inglaterra é, sem sombra de dúvidas, o maior exemplo. É fácil notar que todos os estádios da Premier League tem as arquibancadas próximas ao gol. Não existem alambrados e nem fosso. São todos cobertos e dotados de cadeiras com apoio para as costas. Também pelo gramado pode-se ter pistas de onde está sendo realizado um jogo de futebol.

Como na Inglaterra, podemos perceber quando um jogo está sendo realizado na Espanha, Estados Unidos, Itália, Argentina, etc. Cada local possui uma característica própria.

Como nesses locais, os grandes estádios públicos brasileiros possuem algumas características próprias. Geralmente possuem a forma elíptica, quase circular. Suas arquibancadas são um pouco afastadas do campo de jogo, porém essa distância geralmente não permite a instalação de uma pista de atletismo. Existe um fosso entre gramado e arquibancada. Alguns possuem coberturas de concreto armado (Maracanã, Mineirão), mas que não protegem todos os torcedores das intempéries. Possuem três tipos de arquibancadas: a geral, a tradicional e a social. A princípio somente as sociais possuíam cadeiras. Atualmente estão sendo instalados assentos, porém, nem todos possuem assentos com apoio para as costas. Além disso, como já ocorreu no Maracanã, a geral está sendo retirada, pois a FIFA proíbe que, em jogos internacionais, exista local destinado a torcedores permanecerem em pé. Com isso, a parte das cadeiras sociais ganha mais espaço, e um espaço privilegiado. Perto do campo de jogo.

Em nosso país, três estádios são bastante semelhantes arquitetonicamente e podem confundir até o mais fanático torcedor: Maracanã, Mineirão e Castelão.

O Maracanã, após a ampliação da social ficou um pouco diferente dos outros dois. Mas suas características arquitetônicas permanecessem iguais.

Presume-se que, para a Copa de 2014, Mineirão e Castelão irão adotar a mesma solução, avançando a parte social por cima das gerais.

As arquibancadas tradicionais devem mudar pouco. Somente as cadeiras com apoios deverão tomar conta do espaço, dando um maior conforto aos torcedores. As coberturas de concreto deverão receber estruturas metálicas visando ampliar suas instalações e proteger todos os torcedores das intempéries. A estrutura metálica, por ser leve, evitará sobrecarga na estrutura de concreto já existente. Essas alterações pouco irão alterar seu visual original, até porque deverão ser utilizadas coberturas metálicas com fechamento em ETFE, o mesmo material utilizado no Estádio Allianz Arena, em Munique ou o PTFE, mesmo material utilizado no Estádio Greenpoint, na Cidade do Cabo. A pesada e marcante estrutura de concreto será mantida e será acompanhada da leve estrutura metálica.

O visual do campo de jogo deverá ser semelhante ao que existe hoje no estádio do Maracanã. É um lugar ótimo para se assistir a uma partida de futebol. Os torcedores têm fácil acesso às arquibancadas e cadeiras sociais.

Pelas transmissões das televisões será fácil se perceber que estaremos em um estádio brasileiro. A Copa do Mundo no Brasil irá mostrar aos torcedores internacionais que o Brasil possui uma arquitetura de estádios própria e diferente da existente na Europa.

Não vemos isso nos estádios da África do Sul, pois percebe-se pela televisão que são todos parecidos com os estádios europeus.

Só me preocupa a arquitetura dos estádios brasileiros que deverão ser construídos para a Copa do Mundo de 2014. Parece que estão sendo inspirados em estádios europeus e não nos estádios brasileiros.

Não que eu seja contra que as arquibancadas fiquem mais próximas do campo de jogo, pelo contrário. Sou a favor de um projeto moderno, com novos materiais. Mas acho que devem ser semelhantes à arquitetura dos estádios brasileiros e não à arquitetura dos estádios europeus.

Acho que os torcedores de outros lugares, quando assistirem a um jogo pela televisão, em qualquer parte do planeta, deveriam olhar para os nossos estádios e ver que ele são diferentes dos existentes em qualquer outro país.

Na Copa das Confederações não notamos que os estádios africanos possuem uma arquitetura africana. Não acho que apenas uma referência a um elemento africano seja razão para dizer que o estádio está respeitando uma característica arquitetônica regional. Talvez seja porque na África do Sul não exista uma arquitetura típica. O fato é que pela televisão, a impressão que se dá é a de que são estádios semelhantes aos estádios europeus.

Se cada país que receber uma Copa do Mundo continuar a construir estádios com as características dos estádios europeus, veremos que as Copas do Mundo serão todas iguais. Ao vermos no futuro, um jogo de uma determinada Copa, não saberemos distinguir onde ela foi realizada.

Acho que o Brasil tem todas as condições de mostrar ao mundo que possui sua característica própria de estádios, pelo menos através do Maracanã, do Mineirão e do Castelão. Pelos projetos que vi, acredito que nossa arquitetura será mantida.

Gostaria que nos demais estádios isso também fosse observado.
Estádio do Mineirão
Estádio Castelão
Estádio do Maracanã

sexta-feira, 26 de junho de 2009

RECIFE: Cidade da Copa x Arruda

Bom dia a todos

Gostaria de comentar sobre a sede da Copa do Mundo de 2014: Recife, capital do estado de Pernambuco.

Mais do que justa a escolha dessa cidade como uma das sedes da competição. Conforme minhas previsões (ver no post: "Suposição da quantidade de jogos que cada estádio irá abrigar durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil."), penso até que a capital pernambucana será a sede de uma das semifinais da Copa do Mundo.

O que não concordo é com a construção de uma Cidade da Copa para abrigar os jogos do torneio, sendo que Recife já possui três tradicionais clubes com seus respectivos estádios.

Um deles, o Santa Cruz FC, é proprietário do estádio do Arruda, para mim o ideal para receber jogos internacionais.

O estádio do Arruda (1972) é o maior estádio da cidade, o segundo maior estádio particular do Brasil e o sexto do mundo. Atualmente, pode receber até 60 mil pessoas.

Recentemente, foi feito um projeto de modernização do local, adequando sua estrutura às recomendações da FIFA. O nome do estádio seria alterado para Arena Coral e sua capacidade aumentaria para 68.500 pessoas, tornando-se um dos maiores estádios da Copa do Mundo de 2014 e ideal para receber os jogos de uma eventual semifinal da competição.

Valor do Projeto: R$ 190 milhões.

Uma das vantagens do Arruda é que, atualmente, pode-se chegar até esse estádio através de 82 linhas de ônibus que passam em frente à arena. Além disso, uma dessa linhas é integrada ao metrô, facilitando ainda mais o trânsito dos torcedores.

O bairro onde o estádio se localiza precisa ser melhorado, mas isso seria trabalho para a prefeitura da cidade do Recife e essas obras trariam grandes benefícios para os seus moradores.

Enquanto isso, o Comitê Organizador da Copa, de Recife, planeja construir uma CIDADE DA COPA, que na verdade estaria na cidade de São Lourenço da Mata, a 16 km de Recife. É também um local humilde, porém tem a desvantagem de estar longe do centro da capital pernambucana, dificultando, e muito, o trânsito dos torcedores, principalmente os turistas que não conhecem o local, até porque os hóteis estariam todos localizados próximos ao centro da cidade do Recife.

Esse novo projeto planeja um estádio para 48.500 pessoas e um gasto de R$ 1,6 bilhões.

É um absurdo dar continuidade com isso. O que fazer com a Cidade da Copa, após os jogos do torneio? Alguém acredita que o Náutico, o Sport e o Santa Cruz abandonarão seus estádios para jogarem nessa arena? Acho difícil.

Pelo exposto acima, sou a favor da reforma do Arruda, ou seja, sou a favor da ARENA CORAL.

Um abraço



Cidade da Copa

Arena Coral

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Custos por jogo dos estádios de Brasília, Cuiabá e Manaus.

Bom dia a todos,

Como já escrevi anteriormente, sou contra a escolha das cidades de Brasília, Cuiabá e Manaus como sedes da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Nada contra essas cidades, mas elas não possuem tradição futebolística para merecerem tal escolha.
A questão é: O que fazer com os estádios moderníssimos após os poucos jogos que serão jogados nesses locais após a Copa do Mundo?
Como vocês podem ler no post "Suposição da quantidade de jogos que cada estádio irá abrigar durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.", fiz uma estimativa de quantos jogos cada cidade irá receber durante a Copa do Mundo de 2014.
Com essa estimativa, dá pra se ter uma noção de quanto será gasto por jogo em cada estádio. Vejamos:
1-) Estádio Mané Garrincha - Brasília - DF
Capacidade: 70 mil pessoas
Proprietário: Governo do Estado do Distrito Federal
Custo da Obra: R$ 522 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do estádio por jogo: R$ 104 milhões
2-) Estádio Verdão - Cuiabá - MT
Capacidade: 48 mil pessoas
Proprietátio: Governo do Estado do Mato Grosso
Custo da Obra: R$ 430 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do estádio por jogo: R$ 86 milhões
3-) Estádio Vivaldão - Manaus - AM
Capacidade: 46 mil pessoas
Proprietário: Governo do Estado do Amazonas
Custo da Obra: R$ 400 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do Estádio por jogo: R$ 80 milhões
Penso que gastar, em média, R$ 90 milhões por jogo, nesses três estádios não é um investimento adequado para o dinheiro público.
Para se ter uma idéia de valores, a arrecadação da final do campeonato carioca de 2009, no Maracanã, foi de aproximadamente R$ 2,2 milhões brutos e a final do campeonato paulista de 2009, no Pacaembu, foi de aproximadamente R$ 1,2 milhões.
A primeira partida da final do Campeonato Brasiliense teve 3.532 torcedores presentes. No segundo jogo, o público mais que dobrou, alcançando a incrível presença de 7.620 torcedores. E o estádio Mané Garrincha terá capacidade para 70 mil pessoas.
O campeonato Mato grossente foi pior. A primeira partida reuniu apenas 2.296 pessoas para acompanhar o jogo. Já o campeonato amazonense ainda não fez os seus jogos finais.
Além disso, ainda existem os gastos mensais de manutenção que essas construções irão precisar, para não se degradarem com o tempo. Esses gastos somados nunca serão compensados com eventos esporádicos no local.
Com esses dados, fica fácil de se ver que essas cidades não precisam desses estádios. Talvez essas construções fossem mais úteis em cidades como Goiânia, Belém, Campinas, Florianópolis ou Santos, cidades essas que não farão parte da Copa de 2014.
Um abraço a todos.