quarta-feira, 24 de junho de 2009

Custos por jogo dos estádios de Brasília, Cuiabá e Manaus.

Bom dia a todos,

Como já escrevi anteriormente, sou contra a escolha das cidades de Brasília, Cuiabá e Manaus como sedes da Copa do Mundo no Brasil, em 2014. Nada contra essas cidades, mas elas não possuem tradição futebolística para merecerem tal escolha.
A questão é: O que fazer com os estádios moderníssimos após os poucos jogos que serão jogados nesses locais após a Copa do Mundo?
Como vocês podem ler no post "Suposição da quantidade de jogos que cada estádio irá abrigar durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.", fiz uma estimativa de quantos jogos cada cidade irá receber durante a Copa do Mundo de 2014.
Com essa estimativa, dá pra se ter uma noção de quanto será gasto por jogo em cada estádio. Vejamos:
1-) Estádio Mané Garrincha - Brasília - DF
Capacidade: 70 mil pessoas
Proprietário: Governo do Estado do Distrito Federal
Custo da Obra: R$ 522 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do estádio por jogo: R$ 104 milhões
2-) Estádio Verdão - Cuiabá - MT
Capacidade: 48 mil pessoas
Proprietátio: Governo do Estado do Mato Grosso
Custo da Obra: R$ 430 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do estádio por jogo: R$ 86 milhões
3-) Estádio Vivaldão - Manaus - AM
Capacidade: 46 mil pessoas
Proprietário: Governo do Estado do Amazonas
Custo da Obra: R$ 400 milhões
Jogos na Copa 2014: 5
Valor do Estádio por jogo: R$ 80 milhões
Penso que gastar, em média, R$ 90 milhões por jogo, nesses três estádios não é um investimento adequado para o dinheiro público.
Para se ter uma idéia de valores, a arrecadação da final do campeonato carioca de 2009, no Maracanã, foi de aproximadamente R$ 2,2 milhões brutos e a final do campeonato paulista de 2009, no Pacaembu, foi de aproximadamente R$ 1,2 milhões.
A primeira partida da final do Campeonato Brasiliense teve 3.532 torcedores presentes. No segundo jogo, o público mais que dobrou, alcançando a incrível presença de 7.620 torcedores. E o estádio Mané Garrincha terá capacidade para 70 mil pessoas.
O campeonato Mato grossente foi pior. A primeira partida reuniu apenas 2.296 pessoas para acompanhar o jogo. Já o campeonato amazonense ainda não fez os seus jogos finais.
Além disso, ainda existem os gastos mensais de manutenção que essas construções irão precisar, para não se degradarem com o tempo. Esses gastos somados nunca serão compensados com eventos esporádicos no local.
Com esses dados, fica fácil de se ver que essas cidades não precisam desses estádios. Talvez essas construções fossem mais úteis em cidades como Goiânia, Belém, Campinas, Florianópolis ou Santos, cidades essas que não farão parte da Copa de 2014.
Um abraço a todos.

6 comentários:

  1. Resposta do Secretário de Imprensa de Pernamcuco a um questionamento semelhante de um colunista político local:
    "Na verdade, a arena-palco dos jogos da Copa do Mundo em Pernambuco será totalmente custeada pela iniciativa privada, num processo chamado de Parceria Público Privada (PPP).
    O Investidor privado construirá e explorará o espaço comercialmente e, depois do prazo contratual, repassará ao patrimônio do Estado. Detalhe importante: a arena não custará R$ 1,5 bi, mas R$ 400 milhões. O projeto é claro, envolve mais do que o estádio. O grande marco é a Cidade da Copa, com urbanização de uma área hoje condenada à favelização (já há cerca de 50 famílias instaladas numa pequena invasão) e que será enriquecida com infraestrutura, nove mil moradias, escola, shopping, etc.
    Isso representa uma nova fronteira de crescimento para a Regiaão Metropolitana do Recife, conectada a projetos já implantados e em implantação, como do condomínio Alphaville. Considere-se, ainda o potencial de expansão paralelo à BR 408, cuja duplicação está sendo iniciada. Tudo isso viabilizado - é bom repetir - sem que sejam utilizados recursos do tesouro estadual.
    Com relação ao Arruda, além de implicar - neste caso, sim, pesados investimentos públicos, são totalmente proibitivos os custos em desapropriações (onde construir um estacionamento para 6 mil automóveis?) e na construção de um sistema de vias expressas."

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  2. Postei no tópico errado, esse comentário é refente ao post sobre a cidade da copa.

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  3. Bom dia...obrigado pelo comentário.

    Apesar das declarações do Secretário de Imprensa de Pernambuco, acho difícil aparecer um investidor privado para a Cidade da Copa que é uma projeto complexo e que inclui a Arena. Esse projeto todo teve o preço divulgado de aproximadamente R$ 1,5 bilhões. Qual rentabilidade irá ter uma empresa para construir tal cidade? Os políticos não comentaram sobre isso.

    Em relação ao Arruda, é muito mais fácil e barato conseguir um investimento privado para esse estádio. Existem mais atrativos para um empresa.

    Não é possível que fique mais barato construir um estádio do que reformar um que já está pronto.

    Em relação aos estacionamentos, eles não precisam ficar ao lado do estádio. Podem ser criados estacionamentos provisórios mais afastados e construir terminais de ônibus que sairiam em direção ao estádio. Seria realmente um absurdo desapropriar habitações para se estacionar veículos durante a Copa do Mundo.

    Os investimentos públicos seriam apenas em vias urbanas e transporte, esses sim importantes para a cidade.

    Penso que é muito mais realista reformar o Arruda do que construir uma Cidade da Copa, até porque, aparentemente esse estádio ficará abandonado após os jogos, pois os times grandes da cidade continuarão a jogar em seus respectivos estádios.

    Com esse dinheiro estimado, o Governo de Pernambuco poderia construir nesse mesmo local essas habitações, sem precisar ter um estádio como atrativo, até porque um estádio só atrai as pessoas quando realmente existir um evento, que com certeza não serão muitos, ainda mais quando localizados longe do centro da cidade.

    É a minha opinião.

    Um abraço.

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  4. Fui eu quem colou o comentário do secretário. Também não concordo com a construção, acredito que a reforma do Arruda (que também tinha projetos com a iniciativa privada) e melhorias nos arredores do estádio (que fica numa região de classe média baixa pra pobre com favelas próximas) seriam mais do que suficientes para Pernambuco se apresentar bem durante a copa. Já ouvi pessoas chamando o projeto de cidade cenográfica, por maquear os problemas da Grande Recife.

    Já que o Governador (Eduardo Campos)bateu o martelo pelo projeto da Cidade (que notadamente tem um apelo político muito maior), seguem outras informações sobre os investimentos na cidade da copa

    A arena: deve sair em uma PPP com a Odebrecht (se não for assim provelmente o governo vai mudar de planos)
    A duplicação da BR 408: está no PAC, ou seja dinheiro da União e não do estado.
    O hospital: é uma promessa de campanha, seria construído independente da copa, deve ter suas obras iniciadas logo, assim como outros 2 na região metropolitana que estão em construção.
    As 9 mil moradias devem ser viabilizadas por algum tipo de financiamento, talvez através do programa Minha Casa Minha Vida (especulação).

    Abraços,
    João

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  5. João,

    Realmente percebi que você colocou o comentário do Secretário de imprensa de Pernambuco. Mas de qualquer forma, é uma opinião que eu tenho e quem não concordar tem todo direito de se expressar nesse blog.
    Vi que você também não concorda com a idéia de construir um novo estádio na cidade do Recife. Não sei se mora aí, mas pelo que vejo, não acredito que a capital pernambucana tenha necessidade de outro estádio de futebol.
    A respeito dos outros projetos, acho que são ótimas notícias as que foram dadas, mas que não deveriam ser feitas só por causa da Copa do Mundo, até porque...

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  6. ...essas obras, com excessão talvez, da duplicação da BR 408, nada tem a ver com o torneio internacional.
    Acho que a população do Recife não deveria aceitar essa Cidade da Copa de forma tão passível.
    Um abraço

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